O que aprendi vendo TV que é verdade no AV

Prólogo:

Em 2008, lá estava eu na torre de cronometragem de Interlagos, no segundo andar da torre aguardando o pagamento dos meus trocados como bandeirinha ao lado dos estúdios da finada Race TV, quando a porta do estúdio se abriu e lá estava um dos ídolos de meu pai e um dos meus também, Edgard Mello Filho. Mesmo envergonhado como sempre fico frente a um ídolo de infância, não pestanejei:

- Sr. Edgard? Gostaria de agradecer ao senhor por me fazer gostar ainda mais de automobilismo, mesmo após a morte do Ayrton Senna, com suas transmissões da Nascar e da DTM na Rede Manchete.
- Poxa, filho, que legal! Vem cá me dar um abraço!

E aí a lenda viva do automobilismo nacional me deu um abraço apertado. Abraço que foi repetido quando comentei que ele era um dos ídolos de meu pai, que o viu correr de Divisão 3.

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Anos depois, já com alguma noção das coisas relacionadas ao automobilismo, foi com grata surpresa que vi o mesmo Edgard de volta à televisão, comentando provas automobilísticas na Fox Sports. Já ao lado do meu filho, passei a acompanhar ainda mais as transmissões, para aprender mais ainda sobre meu esporte favorito:

No domingo passado, vi a decisão das três categorias principais da Nascar em Homestead (Flórida). Como na Xfinity e na Monster Cup as corridas começavam no crepúsculo e terminavam à noite, o Edgard explicava que, mesmo com pouca diferença de temperatura, os pneus se comportavam de forma diferente em relação ao desgaste e alguns carros passavam a render melhor ou pior.

Também aprendemos nas transmissões, só de bater o olho, ele nos dizia que o Kyle Busch vinha para fazer uma estratégia de uma parada apenas no último segmento da prova, rezando para não ter bandeira amarela para tentar pegar o Martin Truex Jr. (campeão da temporada e vencedor da prova) de calças curtas.

E além disso, se eu não me engano, vimos que o Elliott Sadler na Xfinity andou várias voltas do último segmento pela linha de fora nas curvas para sair mais rápido que o Willian Byron, campeão da temporada.

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A diferença de temperatura é algo que pode ser aplicado a simuladores de clima randômico ou ajustáveis segundo plug-ins com sincronia com a meteorologia, como é o caso do rFactor e do rFactor 2. Certa vez fui correr pelo F1BC em Indianapolis (misto), com temperatura prevista em 0º C. Os pneus não gastavam e o carro escorregava demais…

No Automobilista, embora o desgaste de borracha e a linha ideal não sejam tão distintas como no rFactor 2, os ensinamentos do Edgard também se mostram presentes.

Ainda tenho um bocado de coisas a aprender sobre automobilismo, mas com comentaristas que já estiveram atrás do volante, como é o caso do Edgard, do Jan Balder e de alguns outros aos quais não me recordo de bate pronto, a nossa vida de piloto virtual é facilitada.

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