O prazer nas coisas sem sentido

Prólogo:

Lá estava eu em um dia de papagaiadas no SENAI, chamado “Dia de Treinamento”, onde eram realizadas terapias coletivas, atividades em grupo e de vez em quando lavagem de roupa suja, o que sempre aparecia quando a gente convive com os mesmos colegas de sala das 07:00 às 16:30.
Naquele ano teríamos uma novidade, que era descer o prédio do auditório da escola com cordas de rapel. E, diante do medo, receio de meus colegas e indecisão por parte deles, eu disse “deixem comigo, eu vou primeiro”.
Equipamentos de segurança amarrados e colocados, breves noções de como usar a corda e lá fui eu. Desci sem grandes problemas. Lá no térreo da escola…

- E aí, Rodrigo, o que você sentiu ao descer o prédio?
- Muito sono. Esse troço não dá emoção alguma.

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Lendo aqui rapidamente alguns textos sobre esportes radicais, o consenso é que duas substâncias são liberadas no organismo dos praticantes deste tipo de atividade: endorfina e adrenalina.
O automobilismo é considerado um esporte radical por motivos meio óbvios como a periculosidade de se usar motores a combustão ou elétricos, velocidade e afins. Mas, na minha modesta opinião, eu não consigo ficar pilhado nem ligado em 220 quando estou atrás do volante, seja no kartódromo ou seja no meu G27!
Durante e após uma corrida, seja real ou virtual, eu fico tão bem, fico tão calmo que a sensação é a mesma que eu tenho quando saio de um bom rodízio de pizza ou consigo realizar uma recuperação de dados usando ferramentas de computação forense.

E é por isso que a cada vez mais estou envolvido com este troço que se chama Automobilismo.

Comentários

  1. Caraca, a coisa que eu mais queria na vida era ter autocontrole pra não ficar nervoso. Eu sou perfeito oposto: quer seja numa corrida entre amigos no kart indoor quer seja atrás do meu G25 em uma disputa na F1bc, eu fico extremamente ansioso.

    Lembro até hoje da minha estréia na liga: temporada 1 de 2012, fórmula Júnior (f-bmw) em Jacarepaguá. Nos treinos eu era quase 1 segundo mais rápido que todos. Na classificação fui terceiro, a perna do freio tremia feito vara verde. Na corrida não foi melhor, confusão na largada me fez cair pra última posiçã num grid com 20 e tantos pilotos. Fui remando até que consegui alcançar a 16a. posição, quando o rf1 deu crash. Foi um.misto de frustração, tristeza mas também alívio...
    No seu lugar, no caso do rapel, provavelmente eu declinaria de cara da experiência, sendo um acrofóbico daqueles que não aguenta ir na sacada do segundo andar.

    Abraço, espero a próxima postagem!

    Sonego.

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